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10 Erros Comuns na Implantação do BIM por Projetistas e Como Evitá-los: Guia Completo

10 Erros Comuns na Implantação do BIM por Projetistas e Como Evitá-los: Guia Completo

A implementação do Building Information Modeling (BIM) representa uma evolução significativa nos processos de projeto. No entanto, apesar de suas vastas vantagens, a transição para o BIM pode ser repleta de desafios, especialmente se não conduzida com o devido cuidado e preparação. Com base em mais de cinco anos de experiência em implantação direta de BIM, observei vários erros comuns que muitas empresas cometem ao tentar entrar no universo do BIM. Neste artigo, exploraremos “10 Erros Comuns Cometidos por Projetistas na Implantação do BIM e Como Superá-los”, destacando as armadilhas mais frequentes e fornecendo soluções práticas para garantir uma adoção bem-sucedida do BIM em seus projetos. Desde a subestimação da complexidade do BIM até a falha em estabelecer processos internos adequados, cada ponto discutido visa orientar profissionais a maximizar os benefícios do BIM, evitando os obstáculos que podem surgir no caminho.

10 Erros Comuns na Implementação do BIM

1- Tratar o BIM apenas como uma ferramenta de entrega em 3D.

Tratar o BIM exclusivamente como uma ferramenta para criação de modelos 3D é um entendimento limitado que pode prejudicar o potencial pleno de sua aplicação. O BIM é muito mais do que simples representações tridimensionais; ele incorpora uma riqueza de informações e padrões que necessitam de atenção, como os Tipos de Informação (TDI) e os parâmetros específicos para cada elemento. Esses componentes são cruciais e variam conforme os usos previstos do BIM e a etapa do projeto. Ao concentrar-se unicamente na dimensão visual, perde-se a oportunidade de explorar os aspectos mais significativos do BIM, como sua capacidade de otimizar o processo de projeto, fornecendo um framework abrangente para decisões informadas.

Para contornar esse equívoco, é fundamental iniciar qualquer projeto com um entendimento claro das necessidades do cliente e uma definição precisa dos objetivos de utilização do BIM. É essencial estabelecer, desde o início, um plano detalhado que integre o BIM ao fluxo de trabalho, assegurando que seu uso seja consistente ao longo de todas as fases do ciclo de vida do projeto. Assim, não só se garante que o modelo 3D seja uma representação fiel do projeto, mas também que o BIM funcione como uma ferramenta dinâmica para melhorar a colaboração, eficiência e precisão em todas as etapas do desenvolvimento.

2- Projetar em 2D e depois querer transformar em BIM

 Iniciar um projeto com métodos tradicionais em 2D e posteriormente tentar convertê-lo para BIM é uma prática que pode comprometer a integridade e a eficácia do projeto final. Este método, embora familiar para muitos projetistas, esbarra em desafios significativos quando a transição para o BIM é feita tardiamente. A modelagem em 2D, por sua natureza, não capta a complexidade e os detalhes exigidos por um modelo 3D abrangente. Essa discrepância muitas vezes resulta em erros e inconsistências que só são percebidos durante a conversão para o modelo BIM, levando a revisões custosas e, em alguns casos, a discrepâncias entre o projeto aprovado e a modelagem final. Tal situação não apenas gera dois conjuntos de documentação contraditórios, mas também nega os benefícios intrínsecos do BIM, como a validação de projeto, análise de interferência e a coordenação eficaz entre as disciplinas.

A solução para esse impasse é uma mudança de paradigma na abordagem inicial do projeto. Os projetistas devem adotar o BIM desde as fases iniciais, integrando-o ao processo criativo e de desenvolvimento. Esse investimento inicial em tempo e esforço para adaptar-se ao BIM pode parecer desafiador, mas os benefícios são indiscutíveis. Ao projetar diretamente em BIM, a qualidade do projeto melhora significativamente, reduzindo a necessidade de revisões e minimizando os riscos de incompatibilidade. Esta abordagem não só assegura a coesão entre a documentação e o modelo BIM, como também potencializa todos os usos do BIM, desde a análise de interferência até a gestão de projetos. Adotar o BIM desde o início é um passo essencial para projetos mais eficientes, precisos e integrados.

3- Não ter estruturas e processos definidos antes do início da contratação

A transição para o BIM exige mais do que simplesmente adotar novos softwares; ela requer a implementação de estruturas e processos bem definidos antes mesmo da fase de contratação. Sem um fluxo de trabalho claro, atribuições de papéis e responsabilidades, padrões de controle de qualidade, e uma compreensão profunda dos softwares e da gestão de interferências, projetos em BIM podem enfrentar obstáculos significativos. Conforme a NBR ISO 19650, a elaboração de um Plano de Execução BIM (PEB) detalhado, pré-contratual, é um requisito fundamental que demonstra a competência da empresa em gerenciar projetos BIM. A ausência de uma metodologia BIM estruturada não só pode impedir sua participação em licitações, mas também levar a ineficiências, retrabalhos e custos excedentes, além de dificuldades e estresse significativos ao longo do desenvolvimento do projeto, especialmente se o contratante exigir conformidade com práticas específicas de BIM.

A solução para esses desafios é uma abordagem proativa para ajustar os processos internos da sua empresa, com o suporte de profissionais BIM qualificados e experientes. A implementação do BIM requer uma mudança cultural abrangente dentro da organização, onde todos os procedimentos e métodos de trabalho são revistos e adaptados para promover uma execução de projeto mais ágil e eficiente. Isso envolve treinar a equipe, adquirir os softwares necessários e, crucialmente, conduzir projetos piloto para testar e validar todos os processos de trabalho estabelecidos. Esta preparação não apenas garante a capacidade de cumprir com as exigências dos projetos BIM, mas também melhora a qualidade geral do projeto e a satisfação do cliente, minimizando as dificuldades e os erros potenciais. Preparar-se antecipadamente e ajustar sua operação é um investimento que promove excelência e competitividade no mercado de construção moderno e melhor aproveitamento dos benefícios do BIM.

4- Evitar investimentos em plugins complementares

Evitar investimentos em plugins complementares é um erro comum que pode reduzir significativamente a eficiência e a precisão dos projetos executados em BIM. A customização através de plugins específicos é fundamental para otimizar processos e acelerar a entrega de projetos, garantindo que todas as necessidades de informação sejam atendidas com mínimo esforço. Esses plugins são projetados para integrar-se perfeitamente aos softwares do mercado, automatizando tarefas e reduzindo a necessidade de intervenções manuais, que são frequentemente propensas a erros e consomem tempo valioso. Quando se considera a adoção de novas tecnologias, é crucial avaliar o retorno sobre o investimento (ROI); plugins eficazes podem significar uma economia substancial de horas de trabalho, traduzindo-se em economia financeira e aumento da competitividade no mercado. Exemplificando, plugins como sinC e SOLIDOS são especialmente desenvolvidos para projetos de infraestrutura, facilitando o trabalho e assegurando conformidade com os padrões e demandas em BIM. Essas ferramentas são regularmente atualizadas para atender às normas e exigências locais, oferecendo uma vantagem que muitas vezes não é alcançada por softwares mais generalistas, como os da Autodesk.

O investimento é necessário e duplo: investir na aquisição desses complementos e na capacitação da equipe para usar essas ferramentas de forma eficaz. Empresas que desenvolvem esses plugins geralmente oferecem suporte contínuo e estão abertas ao feedback dos usuários, o que permite melhorias contínuas e adaptações às necessidades específicas dos projetos. Integrar esses recursos ao seu fluxo de trabalho em BIM não só otimiza a produção, mas também eleva a qualidade geral do projeto, preparando sua equipe para enfrentar com sucesso os desafios de um mercado cada vez mais tecnológico e competitivo.

5- Supor que treinamentos em softwares sejam suficientes

Supor que treinamentos em softwares de BIM é suficiente para garantir uma implantação eficaz é um equívoco que pode levar a ineficiências significativas e aumento de custos em projetos. Muitas empresas iniciam a adoção do BIM concentrando-se exclusivamente no aspecto técnico, ou seja, na capacitação de sua equipe para manejar as ferramentas de software. No entanto, sem processos bem definidos e uma gestão de projetos robusta, esse treinamento por si só não garante sucesso. Além disso, se os processos não estiverem estabelecidos, o investimento em capacitação torna-se vulnerável à rotatividade de pessoal. Se os funcionários treinados saírem, toda a expertise adquirida deixa a empresa, forçando-a a iniciar novamente o processo de treinamento com novos membros da equipe, o que implica custos adicionais significativos e perda de continuidade.O BIM não se trata apenas de software; ele envolve um conjunto complexo de processos que incluem controle de qualidade, fluxo de trabalho, colaboração e comunicação. A falta de uma estrutura processual clara pode resultar em padrões inconsistentes de entrega, dificuldades na comunicação entre equipes multidisciplinares e barreiras à colaboração efetiva, elementos essenciais que o BIM visa melhorar.

A solução para este desafio não está apenas no treinamento técnico, mas na transformação da cultura organizacional para integrar completamente os princípios do BIM em todas as operações. Isso significa valorizar e implementar processos e boas práticas que padronizem o trabalho e assegurem que todos na organização estejam alinhados e comprometidos com um padrão corporativo. Uma vez estabelecida essa base sólida, os treinamentos em software podem ser realmente aproveitados, pois a equipe não apenas saberá como usar as ferramentas, mas também entenderá como essas se integram aos processos gerais da empresa, elevando significativamente a qualidade e a eficiência dos projetos. Assim, mais do que capacitar tecnicamente, é crucial moldar uma equipe que opera de maneira coesa e eficaz dentro do framework do BIM.

6- Não ter um BIM Manager com experiência

A implementação do BIM é uma tarefa complexa que exige não apenas conhecimento técnico sobre o sistema, mas também experiência prática em gestão de projetos e coordenação. Ter um BIM Manager que se baseia unicamente em conhecimento teórico, sem ter enfrentado desafios práticos, pode ser um grande obstáculo para uma implantação eficaz. A experiência prática é crucial porque permite que o BIM Manager identifique e navegue pelos desafios comuns que surgem durante a implementação. Iniciar esse processo com um líder inexperiente pode resultar em um aprendizado árduo e caro, conforme os problemas emergem naturalmente no ambiente de trabalho, potencialmente criando barreiras significativas à adoção bem-sucedida do BIM.

A solução para superar a falta de experiência de um BIM Manager passa por buscar suporte externo. Contratar uma consultoria especializada pode ser um caminho eficaz para acelerar o desenvolvimento prático do BIM Manager, mas é essencial escolher parceiros com um histórico comprovado de expertise não apenas em BIM, mas também em gestão de projetos e coordenação. A consultoria adequada não apenas tratará dos aspectos técnicos do BIM, mas também entenderá sua aplicação no contexto mais amplo da engenharia e gestão de projetos. Com o apoio certo, é possível capacitar rapidamente o BIM Manager, fornecendo-lhe as habilidades práticas necessárias para liderar a transição da empresa para uma cultura organizacional orientada pelo BIM, superando os desafios com maior eficiência e eficácia.

7- Querer implantar BIM somente quando fechar contratos em BIM

Adiar a implantação do BIM até que seja estritamente necessário por contratos pode colocar as empresas de projeto em uma posição desvantajosa. Muitos projetistas prometem aos clientes que estão preparados para trabalhar com BIM, contudo, na realidade, muitas vezes possuem apenas um conhecimento superficial e pouca experiência prática. Esta abordagem de esperar até que um projeto específico financie a implantação do BIM pode parecer economicamente viável inicialmente, mas é arriscada. Quando as empresas só começam a se envolver seriamente com o BIM sob a pressão de um contrato, elas podem se deparar com desafios significativos que impedem a entrega de trabalho de qualidade. Isso pode não apenas comprometer o projeto em questão, mas também fechar portas para futuras oportunidades, prejudicando a reputação da empresa em um mercado tão interconectado como o da engenharia.

A solução para evitar essas complicações é investir em capacitação e preparação antes da necessidade iminente. Compreender o cenário do BIM e desenvolver uma estratégia sustentável para sua implementação pode ajudar a sua empresa a não apenas cumprir as exigências contratuais, mas também a se destacar no mercado. Isso envolve mais do que apenas aprender a usar as ferramentas de software; significa também entender profundamente os processos, a gestão e a colaboração que o BIM facilita. Investir em BIM com antecedência permite à empresa não só responder às exigências do mercado com confiança, mas também aproveitar as oportunidades para inovar e liderar em qualidade, garantindo um retorno sustentável e construindo uma reputação sólida no campo da engenharia.

8- Subestimar a complexidade do projeto em BIM

Subestimar a complexidade de um projeto ao adotar o BIM pode levar a problemas significativos, especialmente em termos de custos e prazos de entrega. Além da necessidade de uma modelagem detalhada, é essencial ter processos bem definidos e documentados. A falta de preparação pode resultar em dificuldades substanciais na geração de valor. Por exemplo, o que anteriormente poderia ser representado como uma simples linha em um projeto tradicional, como uma canaleta, agora exige uma modelagem detalhada tanto horizontal quanto verticalmente. Imagine isso aplicado a um projeto com centenas de elementos similares; as demandas de tempo e detalhamento são exponencialmente maiores, o que inevitavelmente eleva o custo e estende os prazos de entrega. Cada detalhe adicional no modelo BIM requer atenção e recursos adicionais, tornando essencial uma abordagem cuidadosa na orçamentação e no planejamento do projeto.

Para gerenciar eficazmente a complexidade introduzida pelo BIM, é vital contar com profissionais que compreendam profundamente tanto as ferramentas quanto os desafios associados a essa tecnologia. Esses profissionais devem estar equipados para antecipar e resolver os problemas que surgem ao longo do projeto, assegurando que todos os aspectos sejam cuidadosamente considerados e adequadamente gerenciados. Ter uma equipe bem preparada e experiente no comando de projetos em BIM é crucial para evitar atrasos e prejuízos financeiros, garantindo que o projeto seja concluído com eficiência, dentro do prazo e do orçamento estabelecidos. Assim, o investimento na capacitação adequada e na definição de processos internos robustos não é apenas recomendável, é uma necessidade para qualquer empresa que deseja ter sucesso com o BIM.

9- Não dar atenção ao Plano de Execução BIM (PEB)

Não dar a devida atenção ao PEB é um erro crítico que pode prejudicar significativamente a capacidade de uma empresa de participar de licitações e contratações. O PEB é fundamental porque delineia todos os processos de trabalho e a abordagem ao BIM ao longo do ciclo de vida de um projeto. Sem um PEB bem definido e detalhado, as organizações encontram-se em desvantagem, pois este documento serve como uma base de consulta para todas as partes envolvidas e registra formalmente a metodologia de trabalho adotada pela empresa. A ausência de informações claras e precisas no PEB pode resultar na exclusão de oportunidades de negócio devido à aparente falta de preparo e capacidade para gerenciar projetos conforme os requisitos do BIM.

A solução envolve uma compreensão profunda do valor do PEB e de como ele pode beneficiar a organização ao estabelecer claramente o escopo do trabalho e alinhar as expectativas entre todos os stakeholders. É crucial que o PEB seja não apenas bem elaborado, mas também mantido atualizado, refletindo qualquer mudança ou ajuste nos processos ao longo do tempo. Para garantir a precisão e a relevância do PEB, é aconselhável desenvolvê-lo com a ajuda de consultores especializados em BIM, que possam fornecer o conhecimento e a experiência necessários para criar um documento que verdadeiramente represente a capacidade da empresa. Dessa forma, o PEB não apenas evitará mal-entendidos e exigências não acordadas, mas também fortalecerá a posição da empresa em negociações e licitações, demonstrando seu comprometimento e competência em gerenciar projetos de BIM eficientemente.

10- Querer terceirizar o BIM

Optar por terceirizar o modelo BIM, tratando-o como uma entidade separada do projeto principal, é um equívoco comum que pode comprometer significativamente a integridade e a qualidade do projeto final. Essa abordagem geralmente surge do desejo de cumprir requisitos de entrega de BIM sem investir no desenvolvimento interno necessário. No entanto, isso pode levar a inconsistências e erros no modelo, pois o terceiro responsável pela modelagem pode não possuir o mesmo nível de especialização e entendimento do projeto que um membro da equipe interna teria. Além disso, qualquer falha no modelo entregue acaba sendo de responsabilidade da empresa que optou pela terceirização, não do terceirizado, o que pode resultar em custos adicionais significativos para correções e perda de credibilidade junto aos clientes.

A solução para evitar esses problemas é desenvolver processos internos robustos e garantir que toda a equipe compreenda a importância de integrar o BIM em todas as fases do projeto. Investir na capacitação da equipe para que sejam proficientes em BIM assegura que o controle de qualidade seja mantido e que todos os aspectos do modelo estejam alinhados com as especificações técnicas e padrões do projeto. Isso não apenas melhora a qualidade geral do trabalho, mas também fortalece a responsabilidade e a integração entre as diversas disciplinas envolvidas, garantindo um resultado final mais coeso e eficiente. Ter uma equipe interna bem treinada em BIM é uma vantagem competitiva que transcende a simples conformidade com as exigências de entrega, agregando valor real ao processo.

Conclusão

À medida que avançamos no artigo, fica claro que a implantação eficaz do BIM exige mais do que apenas vontade ou conhecimento técnico básico; requer um compromisso abrangente com a mudança de processos internos, capacitação adequada da equipe, e uma visão estratégica que antecipe desafios e integre soluções. A superação dos erros comuns destacados é fundamental para que empresas de projeto não apenas adotem o BIM, mas também maximizem seu potencial transformador em projetos complexos e multidisciplinares. Para empresas, especialmente na área de infraestrutura, que estão buscando suporte para facilitar essa transição, a Polo Educa oferece um framework estruturado para implantações BIM. Este framework é projetado para guiar organizações através de cada etapa do processo de implementação, garantindo que as práticas de BIM para projetistas sejam integradas de forma eficiente e eficaz. Com recursos especializados e um plano claro, a Polo Educa ajuda a simplificar a transição para o BIM, proporcionando às empresas as ferramentas necessárias para enfrentar desafios e aproveitar ao máximo as oportunidades que o BIM pode oferecer. Ao escolherem um parceiro experiente como a Polo Educa, empresas de infraestrutura podem posicionar-se na vanguarda da inovação tecnológica, garantindo resultados superiores e uma vantagem competitiva sustentável no mercado.

 

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